quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sobre o Jejum Quaresmal

Muitos dos meus amigos e conhecidos sabem que sempre na quaresma abro mão de algum hábito/objeto de consumo; alguns aceitam placidamente, outros tentam me demover do propósito. Muitos devem se perguntar o porque, outros nem se ligam. Esse post não quer convencer ninguém a experimentar o  jejum na próxima quaresma, mas apenas serve como meu testemunho.

Primeiramente vamos esclarecer  que Jejum refere-se a uma alteração no regime alimentar, sem uma frequência determinada. Pode ser diária ou  não. Há 4 modalidades: "Jejum da Igreja", "Jejum a pão e água", "Jejum a base de líquidos" e "Jejum total".
Esse ano eu não pratiquei o Jejum, por  ocasião dos meus treinos. O Jejum é uma opção pessoal, assim como a sua forma.

A prática sobre a qual quero falar é a "Abstinência". Abster-se significa "abrir mão", e é igualmente uma opção pessoal, embora não altere o regime alimentar. A abstinência  relaciona-se a um alimento em especial, um hábito ou um costume que escolhemos abrir mão. Em 2012 minhas opções foram:
* carne de boi;
* bebidas alcoólicas;
* ouvir MP3.


Por que abster-se?
* Primeiramente para atender a um apelo da Igreja que escolhi para me conduzir nos caminhos do Senhor;
* Jesus Cristo abriu mão da sua divindade ao encarnar-se homem. Minhas abstinências passam longe deste gesto de amor, sei que poderia dar muito mais;
* Recentemente deparei-me com o  testemunho de irmãos que não trocariam um final de semana festivo para estar com Jesus. minha abstinência vem lembrar-me a estar disponível a abrir mão gradativamente das coisas gostosas em minha vida até que possa exclamar como Paulo: "Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim!"
* Vivemos a era da soberania do Homem sobre a sua vontade. Tenho consciência que a minha vontade não vai me levar ao Pai numa plenitude da minha vocação; compreeendo que a minha vontade não vai me santificar. Tudo posso naquele que me fortalece. É atendendo a vontade de Deus e correspondendo ao seu Plano que vou chegar à meta que Deus estipulou para mim.
* O caminho para Deus não é fácil, não é confortável, não é prazeroso; compõe-se de aceitar a dificuldade que o próprio caminho impõe e a renunciar diariamente aos desvios e atalhos que sedutoramente se apresentam. Minhas abstinências me alertam a evitar esses desvios e atalhos.
* "Nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus". Abster-se das sensações que escohi e reagir criticamente sempre que a vontade se apresenta me remetem à Palavra de Deus, revelada na Bíblia, na oração dos Salmos, à Liturgia das Horas, enfim à onipresença de Deus em inha vida.

Avaliando, à 24 horas do fim desse período, a minha abstinência, concluo que fiz muito pouco do que estava ao meu alcance, mas realizei muito perante a dimensão da minha peregrinação rumo à Pátria Definitiva. Junto à abstinência propuz-me a rezar e meditar o Salmo 50  (Miserére), apresentei diariamente a Deus um coração contrito e muita vontade de acertar! 
"Sacrifício para Deus é um espírito contrito; não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado.Então vão te agradar os sacrifícios prescritos, o holocausto e a inteira oblação; então imolarão vítimas sobre o teu altar."
Sl 50, 19.21

Toda essa prática quaresmal vai se concluir e encher de significado nas Celebrações Litúrgicas que se iniciam amanhã. Permita-se contemplar o Sacrifício e a Glória de Cristo e também você testemunhar a infinitude do Amor de Deus por nós, amor esse que tem nome e rosto: Jesus de Nazaré!
Feliz Páscoa!

3 comentários:

Giselinha Fala disse...

observei algo nesse seu depoimento que a muito eu não via (lia), fui criada no sitio e numa familia religiosamente católica, aos 16 quando virei "gente grande" e mudei-me para joinville percebi que a fé é alterada e que os significado dos feriados são banalizados.A fé que vi no seu testemunho é digna;
Meu vozinho que aos 94 anos fica 40 dias sem comer carne vermelha, ou carne sangrada, e quando chega a semana santa não come nada alem de feijão com arroz e agua, entendo como vc que na vida moderna abster-se torna-se uma forma de jejum, ja que é tão dificil
manter-se longe da tv, do radio, da internet, e de muitos outros habitos de conforto (e luxo) adquiridos.
Reconheço (e agora atraves do seu post ainda mais) que oque eu hj como católica faço não condiz com o caminho que espero que minha fé me leve... me pego muitas vezes esperando que Deus compreenda a minha preguiça a minha falta de tempo e a minha displicencia com os meu espirito e mesmo assim me abençoe com o premio maior, o da glória eterna.
Após ler pergunto-me se Jesus um filho tão amado e unico de Deus dispos-se de sua divindade para passar por provas piores; porque eu peço a Deus tolerancia por um dia de Jejum "mascarado"?
Obrigado por fazer-me pensar no nosso irmão maior que sofreu e morreu numa cruz para nos livrar do mal.
Um mal que todos os dias perseguimos.

rpmboy@gmail.com disse...

Gi, nossa caminhada é de aprendizado, conversão diária, tropeço e retomada. queiramos apenas como sugere o Pe. Zezinho "Amar como Jesus amou..."

Anônimo disse...

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